A Voepass, antiga Passaredo, é uma das companhias aéreas mais tradicionais do Brasil, com uma trajetória que se estende desde 1995. Especializada em voos regionais, a empresa construiu uma reputação sólida ao longo dos anos, conectando cidades menores a grandes centros urbanos em todo o país. No entanto, a Voepass ganhou as manchetes de maneira trágica, devido ao acidente envolvendo uma de suas aeronaves em Vinhedo (SP), que resultou na morte de todos os 62 ocupantes.
A Voepass tem suas origens em 1995, quando foi fundada em Ribeirão Preto (SP) por José Luiz Felício (1942-2023). Inicialmente, a empresa funcionava sob o nome Passaredo, como um braço aéreo da viação rodoviária de mesmo nome. A Passaredo focava em voos regionais, conectando cidades menores a grandes centros urbanos. Em 2019, como parte de uma estratégia de rebranding e modernização, a companhia mudou seu nome para Voepass, mantendo seu foco em voos regionais e consolidando-se como uma das principais operadoras desse segmento no Brasil.
Atualmente, a Voepass opera com uma frota composta por 15 aeronaves fabricadas pela ATR, uma empresa franco-italiana controlada pela Airbus, da França, e pela Leonardo, da Itália. A Voepass mantém operações em 37 destinos que abrangem todas as regiões do Brasil, oferecendo serviços essenciais para o transporte aéreo regional. Com uma participação de 0,5% no mercado brasileiro, conforme dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Conheça o ATR-72: Modelo do Avião que caiu em Vinhedo
O ATR-72-500 é um modelo turbo hélice (é movido a hélices, não por motor a jato) esse modelo é muito utilizado em operações regionais devido à sua eficiência e capacidade de operar em pistas curtas, tornando-o ideal para rotas de curta a média distância. Desenvolvido pela ATR, uma joint venture entre a Airbus e a Leonardo, este turboélice se destaca no mercado por sua combinação de economia de combustível e confiabilidade. A Voepass Linhas Aéreas, que utiliza essa aeronave em sua frota, aposta na versatilidade do ATR-72-500 para atender a diversas cidades no Brasil, muitas delas com aeroportos que demandam aeronaves adaptadas para pousos e decolagens em pistas mais curtas.
O ATR-72-500, utilizado pela Voepass, é uma aeronave com especificações técnicas projetadas para otimizar voos regionais. A largura da aeronave é de 27,17 metros, enquanto a envergadura das asas é ligeiramente menor, medindo 27,05 metros. A capacidade total é de 73 assentos, oferecendo espaço suficiente para passageiros em rotas de curta e média distância. Com uma velocidade de cruzeiro de 511 km/h, o ATR-72-500 combina eficiência e rapidez. Além disso, a aeronave possui uma autonomia de voo de 1.324 km, o que a torna ideal para conectar destinos regionais sem necessidade de escalas frequentes.
O design interno da aeronave prioriza a eficiência do espaço, permitindo uma disposição de assentos que maximiza a capacidade sem sacrificar o conforto dos passageiros. Além disso, o modelo é conhecido por seu baixo nível de ruído em comparação com outras aeronaves de sua categoria, proporcionando uma experiência de voo mais tranquila.
A confiabilidade do ATR-72-500 é um dos motivos pelos quais ele é amplamente adotado por companhias aéreas em todo o mundo. Sua capacidade de operar em diferentes condições climáticas e em aeroportos com infraestruturas limitadas faz com que ele seja uma escolha popular para voos regionais. O modelo também se destaca por sua manutenção relativamente simples, o que contribui para a redução de custos operacionais para as companhias aéreas.
Apesar de sua boa reputação, tragédias como o acidente ocorrido em Vinhedo deverão trazer à tona discussões sobre a segurança operacional e a manutenção desses modelos. É importante ressaltar que acidentes aéreos, embora raros, são eventos que impactam profundamente a indústria da aviação e levam a uma análise minuciosa dos procedimentos de segurança. No caso do ATR-72-500, investigações detalhadas serão conduzidas para entender as causas do acidente e garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas para evitar futuros incidentes.
Por fim, o ATR-72-500 continua a ser um dos principais modelos utilizados para conectar cidades menores a grandes centros urbanos, desempenhando um papel crucial na malha aérea regional. A confiança depositada nesse modelo por diversas companhias aéreas reflete sua importância e eficiência em operações regionais. Contudo, a segurança continua a ser uma prioridade máxima, e eventos como o acidente em Vinhedo reforçam a necessidade de constante vigilância e aprimoramento nos protocolos de manutenção e operação.