Desde o início de sua história no planeta Terra até hoje, os tubarões testemunharam a ascensão e queda dos dinossauros, a formação dos continentes e a transformação dos oceanos, além do nascimento das primeiras árvores. Nos mais de 400 milhões de anos de existência, souberam sempre se adaptar à nova realidade, com o apurado instinto predador. Agora, buscam sobreviver ao domínio humano.
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Para entender onde a história começa, vale voltarmos para as evidências fósseis mais antigas deste tipo de peixe com esqueleto cartilaginoso. “São algumas escamas que datam de 450 milhões de anos, durante o período Ordoviciano Superior”, como explica artigo do Museu de História Natural, no Reino Unido.
Enquanto isso, os primeiros dentes associados a um ancestral dos tubarões modernos surgiram no Devoniano, há cerca de 410 milhões de anos. Foi apelidado de Doliodus problematicus — uma criatura que apresentava características intermediárias e de transição. Os detalhes sobre a descoberta foram publicados na revista American Museum Novitates.
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Há cerca de 380 milhões de anos, surgiu o grupo conhecido Cladoselache, que se assemelhava aos tubarões modernos e aos quimeriformes (ordem de peixes cartilaginosos). “Como predadores ativos, eles tinham corpos em forma de torpedo, caudas bifurcadas e barbatanas dorsais”, explica o texto.
Tubarões surgiram antes das árvores?
Há 470 milhões de anos, no Ordoviciano, os vegetais já existiam, mas eram basicamente musgos e plantas hepáticas, colonizando a terra. Neste momento, as grandes árvores e as florestas não tinham se estabelecido pelo clima ainda árido.
As árvores, como as do gênero Archaeopteris, apareceram há cerca de 350 milhões de anos, apenas no final do Devoniano. Elas se pareciam com samambaias gigantes, mas com troncos lenhosos. Isso foi alguns milhões de anos depois do surgimento dos tubarões pré-históricos. Curiosidade: as lampreias também surgiram antes das árvores.
Grupo escapou de 5 eventos de extinção em massa
É curioso pensar que, ao longo da história do grupo no planeta, os tubarões sobreviveram aos cinco grandes eventos de extinção em massa, incluindo a queda do meteoro que colocou fim aos dinossauros não aviários. Neste momento, apenas os maiores tubarões foram extintos.
Os segredos para a sobrevivência, durante os milhões de anos de reinado, estão na dieta muito variada e na capacidade de habitar zonas muito diversas do oceano. “É seguro dizer que, em parte, os tubarões sobrevivem porque conseguem explorar diferentes partes da coluna d’água, dos oceanos profundos e escuros a mares rasos e até sistemas fluviais”, explica Emma Bernard, curadora de fósseis de peixes no Museu de História Natural, em nota.
Hoje, são mais de 400 espécies conhecidas de tubarões. Apesar das habilidades desenvolvidas, o grupo encara, muito possivelmente, a sexto grande extinção em massa, causado pela atividade humana, incluindo pesca excessiva, poluição, destruição de habitat e aquecimento das águas do oceano. Em risco, também estão as grandes florestas, mesmo que por causas levemente diferentes, como o desmatamento.
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